terça-feira, setembro 27, 2005


Pois lá fui mais o MiZé ver os Smog (melhor dizendo o Bill Callahan) depois de uma açorda de alho na Casa do Alentejo e um tintinho de Montemor. Aquecido pelo jantar e aconchegado pela ginginha do costume (cumpram-se os rituais)lá fomos nós para o Clube da Lua expectantes por um concerto que se previa intímo e intenso.
Qualquê. Concerto morno, muito folky, distante q.b. (excepto as intimidades entre Bill e Joanna Newsom) salpicado aqui e acolá por bons momentos. Ainda se ouviu pedir temas como: Dress Sexy at My Funeral e Butterflies drowned in wine, mas o Billzinho fez o que muito bem entendeu enquanto bebericava num copinho de vinho do Porto.
Esperava mais, talvez para a próxima. De qualquer forma é sempre bom ouvir/ver um songwriter deste calibre.

segunda-feira, setembro 26, 2005

Hoje á noite no Clube da Lua, no Jardim do Tabaco, outro grande concerto. Os Smog de Bill Callahan vão apresentar o seu último trabalho "A River Ain't Too Much To Love". Na torrente de águas turvas da angùstia e do desespero dos nossos dias sobrevêem aqui e além requebros de luminosidade e esperança dos dias que hão-de chegar.
Vou ver e depois digo como foi.


Imperdível o concerto de Antony & The Johnsons, dia 31 de Outubro pelas 21 horas no Coliseu dos Recreios de Lisboa.Não faltem e caso não possam ou não tenham "tempo económico" para ir, façam o possível por ouvir o disco. I'm a Bird Now! Que voem bem alto!

È bom ver passar os carros sentado num banco na paragem de autocarro. Olhar apenas os carros a passar e não sentir nada. Apenas o passar do tempo e o zumbido dos motores no túnel que fica à esquerda.
È bom nada saber de horários e locais. È bom não ser de cá. Assim, quando nos pedem informações dizemos: desculpe, mas não sou daqui!
È bom ver chegar e partir as pesssoas e ficar. Também é bom ver ficar as pessoas e partir.
È bom ouvir Sufjan Stevens – “Chicago”- enquanto as pessoas vão e vêem. È bom ter tempo.
È bom saber que podemos partir em qualquer altura ou ficar. È bom ficar. Também é bom partir.
È bom poder decidir.

Da varanda do meu apartamento de férias
Algures a Sul
Olho sensualmente para a minha companheira desta noite
Vestida para enebriar
Insinuante e sinuosa
Provoca-me vertigens
Pensamentos desconexos
Por fim caio no seu vórtice
Olhar turvo
Mal distingo a tabuleta de néon
Piscando algumas letras que teimam em não se apagar
Bar Calipso’s
A minha mente atormentada apenas lê
Bar Cao’s
Ai minha vida
Bar Lips
Os teus lábios
Regressa a espiral
Recorro novamente a ti
Amada desta noite
E bebo nos teus lábios vermelhos
O néctar que me vai levar
Até ao esquecimento final.

Amanhã vou dizer
Que nunca mais a quero ver

Sentado junto à janela sinto o final do dia a chegar calma e tranquilamente nos raios deste sol de
de Outono vejo os bandos de pássaros que voam rumo ao sul.
Será que os pássaros pensam enquanto voam?